HISTÓRIA DE CRIAÇÃO DO BAIRRO E DA IGREJA SANTA INÊS

Como a “Vacaria”, onde havia uma pequena fazenda e uma praia onde os jovens que não tinham carro para ir à Fazendinha se bronzeavam e tomavam banho nas águas do rio Amazonas ainda não poluídas, virou “Bairro Santa Inês. É o que o Jefferson Souza conta hoje para os leitores do blog.
Pena que não achei nos meus arquivos fotos antigas do bairro, mas se algum leitor tiver e quiser mandar para ilustrar o texto, ficarei agradecida.
Se você – que está lendo o blog agora – quiser contar um pouco da história do seu bairro ou da sua rua, faça como o Jefferson. Mande para o e-mail alcinea.c@gmail.com  que logo publicaremos aqui.
Dito isso, vamos agora ler o que o Jefferson conta sobre o Santa Inês.
“Há cerca de um mês o   padre Dante Bertolazi, atualmente pároco da Igreja São Pedro,  contou aos participantes da celebração da Santa Missa como surgiu o Bairro Santa Inês. O motivo que o levou a lembrar e contar a história era o fato que naquele dia a Igreja Católica celebrava  a Santa que dá nome ao bairro da orla de Macapá, por conta de seu martírio e profissão de fé.
Segundo o pároco havia naquela região um fazenda e o lugar era conhecido por “vacaria”. Percebendo que ao redor do local algumas famílias começavam a ocupação cada vez mais contínua,  ele, padre Dante, então pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, paróquia responsável pela região, foi ao encontro do dono da “fazenda” para solicitar que este lhe ofertasse um pedaço do terreno para a construção de uma capela para os fieis que ali por perto já habitavam.
Segundo o sacerdote, o “fazendeiro” (que ele não citou o nome), disse-lhe que não seria possível ceder o local, já que ele tinha um empreendimento e não queria perder o domínio na área. Contudo, a região continuava sendo ocupada.
Passados quatro meses o proprietário foi ao encontro do padre manifestando o desejo de   doar a área solicitada pelo pároco para que este contruísse a capela. A justificativa para a mudança de opinião era que já havia muitos ocupantes na área da “vacaria” e que ele já não tinha como impedir a invasão, achando justo doar para a Paróquia um punhado do terreno a fim de promover a fé católica e criar a comunidade na região.
Após a construção da capela, afirmou padre Dante, houve uma dúvida: Qual seria o nome? ou como se chama no catolicismo, a quem ela seria dedicada?
O sacerdote revelou que na sacristia da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição encontravam-se guardadas duas imagens: uma de São Tarciso e outra da Santa Inês. Logo ele pensou que uma das duas poderia ser destinada àquela nova comunidade. Para a escolha ele levou em consideração que não poderia ser a de São Tarciso, pois sendo este o padroeiro dos coroinhas deveria permanecer ali para o culto dos seus ajudantes de altar. Então, resolveu que seria Santa Inês.

Após a escolha de Santa Inês, organizou-se uma procissão que partiu da Igreja  da Conceição em direção a pequena capela. A imagem foi introduzida na capela e tornou-se sua padroeira, continuando até hoje no altar que lhe foi confiado. A mesma imagem pode ser encontrada hoje na Igreja de Santa Inês.
Com o fato e o crescimento do bairro, popularizou chamá-lo de “Santa Inês”, por conta da Capela em honra a Santa. Tão logo a prefeitura reconheceu o nome passando a usá-lo ao referir-se ao local e mais em adiante o Governo do Estado com a construção da Escola Estadual em honra a mesma Santa.
Esta revelada por padre Dante leva-me a ver que Macapá tem lindas histórias desde sua origem e que muitas vezes ficam esquecidas já que não encontramos ou poucos nos dedicamos a olhar para nosso passado com mais constância. Histórias simples mas que enriquecem ainda mais nosso amor por esta cidade.

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